Atividades Tradicionais

Pesca

Durante muitos anos a pesca, a par da apanha do moliço e da agricultura, teve um papel importante na economia familiar local. Esta atividade era desenvolvida através de diversas técnicas, envolvendo homens, mulheres e jovens. Entre os processos de pesca mais comuns que se praticavam / praticam na Pateira, estão:

» a sertelha – vara, com ou sem fio e um rodilhão de isco, utilizada sobretudo na pesca da enguia;

» a nassa – espécie de gaiola com formato de cone, feita em vime, utilizada na pesca do pimpão, da carpa, do barbo e do achigã;

» o galricho – armadilha composta por arcos de verga inseridos num saco de rede – utilizado na pesca de espécies mais pequenas e da enguia, normalmente iscada com minhoca ou caranguejo, possuindo no seu interior um ou dois nassos cosidos.

» a fisga – espécie de arpão com dentes – utilizada na pesca da lampreia e de peixes chatos, feito em ferro temperado com cabo de madeira (entre 3 a 4 m) e 7 a 8 dentes pontiagudos

» a cana de pesca e a rede são as técnicas que permanecem na atualidade – sendo a pesca com anzol, em tempos mais remotos prática mais comum nas mulheres e raparigas – sendo que antigamente se tratava de um sistema muito simples, formado por uma cana, um fio e uma boia (rolhas de cortiça e uma peça de chumbo) usando como isca pedaços de pão, o chamado “sebadouro”.

A Pateira é, hoje em dia, também procurada para prática de atividades de pesca desportiva, como por exemplo o Carpfishing.

Apanha do moliço

A apanha do moliço foi uma das atividades que se desenvolveu na Pateira e que teve grande relevância para a população, mas também para a manutenção da própria lagoa, impedindo o avanço do pântano.

O moliço é composto por várias plantas vasculares, das quais se podem destacar como principais: a Zostera noltii (musgo, sirgo, seba), a Zostera marina (fita), Potamogeton pectinatus (rabo), Ruppia cirrhosa e Ruppia marítima (erva do arganel ou sirgo).

As áreas onde o moliço se instala revelam-se de grande importância ecológica por constituírem abrigo às espécies piscícolas mais juvenis. São fonte de produção primária e, para além de acumularem energia e nutrientes, ajudam na estabilização dos sedimentos no fundo das águas.

Em meados do século XX a apanha do moliço estava condicionada por duas datas, tendo estado interdita de 1 de Janeiro a 10 de Março e de 8 de Julho a 25 de Agosto. Os dias de abertura da apanha do moliço eram dias de festa nas zonas ribeirinhas.

Nestas ocasiões, antes do nascer do sol, os habitantes já se encontravam nas margens da lagoa providos das alfaias adequadas, aguardando apenas o sinal do sino de Fermentelos para começar uma das maiores competições de trabalho da região. A vara, o ancinho (com cabo entre 2,5 m e 3 m e 84 dentes de ferro) e a pá compunham as ferramentas de trabalho utilizadas.

Colhido freneticamente, as bateiras eram carregadas até ao topo e descarregadas nas margens da lagoa. Posteriormente, o moliço era transportado em carros de bois para as terras onde serviria como fertilizante natural.

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Agricultura

As características presentes na envolvência da Pateira de Fermentelos e nos vales dos rios locais, dão expressão às culturas de regadio onde se destacam a orizicultura, o milho e as espécies hortícolas.

A cultura do milho, associada à alimentação humana e animal, pode ser observada logo nas imediações da Pateira, ocupando várzeas e pequenas parcelas adjacentes às aldeias.

A cultura do arroz exerceu durante várias décadas um lugar de importância no vale do rio Cértima, vindo com o tempo a diminuir. Atualmente ocupa apenas uma parte da sua área original.

A Bateira

Na Pateira de Fermentelos utilizaram-se três tipos de embarcação tradicional, sendo comum encontrar os pequenos moliceiros, as embarcações caixote e a bateira.

Na atualidade apenas se mantém ativa a utilização da bateira (bateira patacha), ou lancha, designação atribuída na região do Baixo Vouga (maioritariamente na Pateira de Fermentelos).

Terão sido das primeiras embarcações utilizadas no transporte de pessoas, gado, produtos agrícolas e apanha de plantas aquáticas.

Caracterizam-se pela sua forma fusiforme e fundo chato, por terem uma construção muito simples e por serem construídas em madeira de pinho local ou eucalipto com acabamento a óleo queimado ou breu.

Não possuem dimensões definidas, podendo variar entre os 4,40m e os 6,80m de comprimento, 1,15m a 1,40m de boca e capacidade de carga entre os 350 e 400 kg.

São movidas com uma vara de eucalipto com uma ponta triangular para impedir que se enterre na lama. Cada embarcação conta ainda com uma pá de madeira, com o propósito de retirar a água que se acumule no seu fundo.

O declínio das atividades sócio-económicas na Pateira e sua envolvência, originou uma redução na utilização desta embarcação e o desaparecimento de outras. Atualmente são utilizadas apenas em alguma pesca, para preservar a história familiar ou para recreio, podendo assim observar-se ainda a acostagem de várias nas margens da Pateira.

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  • PR1

    Trilho da Pateira ao Águeda

    Distância14 kms Duração média04:00DificuldadeMédiaÉpoca aconselhadaTodo o ano
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  • PR7

    Trilhos dos poços

    Distância10 kms Duração média03:30DificuldadeMédiaÉpoca aconselhadaTodo o ano
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  • PR9

    Trilho do Rio Águeda

    Distância19.33 kms Duração média04:10DificuldadeMédiaÉpoca aconselhadaTodo o ano
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  • Trilho 1

    Lagoa da Pateira, Carregal - Requeixo

    Distância6.09 kms Duração média00:00DificuldadeMédiaÉpoca aconselhadaTodo o ano
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  • Percurso H

    Percurso Náutico

    Distância6.8 kms Duração média3:20DificuldadeBaixaÉpoca aconselhadaTodo o ano
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  • GR 58 / 7

    Percurso Dourado - Etapa 7

    Distância26.3 kms Duração média6:40DificuldadeAltaÉpoca aconselhadaTodo o ano. Contudo, ter atenção à disponibilidade de água em períodos de calor e ao piso escorregadio ou alagado em períodos de maior pluviosidade.
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  • GR 58 / 8

    Percurso Dourado - Etapa 8

    Distância26.2 kms Duração média6:30DificuldadeAltaÉpoca aconselhadaTodo o ano. Contudo, ter atenção à disponibilidade de água em períodos de calor e ao piso escorregadio ou alagado em períodos de maior pluviosidade.
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Parque de Óis da Ribeira

Situado na margem direita da Pateira, o Parque de lazer de Óis da Ribeira é um espaço agradável que permite usufruir de um tempo de convívio ou simplesmente aproveitar a calma e tranquilidade tão típica deste local num passeio pela natureza, observar um por do sol, ou aspetos da sua fauna e flora únicas.

Dotado de diversas estruturas, alberga o hangar do centro de canoagem da ARCOR e um coreto onde são acolhidas diversas dinâmicas e festividades ao longo do ano.
É neste local que pode ainda encontrar-se o emblemático baloiço “I Love Pateira”, percorrer os passadiços sobre a lagoa ou saborear uma refeição no restaurante Pôr do Sol.

O parque reúne ainda equipamentos de apoio a atividades de lazer, como:

  • Café
  • parque de merendas com churrasqueira
  • Fonte
  • Parque infantil
  • Sanitários
  • Estacionamento

Parque de Espinhel

Com dois imponentes miradouros que permitem uma vista panorâmica sobre a lagoa, o parque de Espinhel situa-se na margem sul da Pateira e é um espaço extremamente aprazível que convida não só a momentos de convívio como de introspeção neste espaço onde reina a tranquilidade e a singularidade da biodiversidade.
Trata-se de um local cuidado, equipado com diversas estruturas de apoio que respondem a possíveis necessidades no que toca à sua fruição do espaço em atividades de entretenimento e lazer.
Aqui podem encontrar-se:

  • Parque de merendas com churrasqueira
  • Fonte
  • Parque infantil
  • Instalação – exercício ar livre
  • Miradouros
  • Sanitários
  • Estacionamento

Parque de Requeixo

O Parque de Requeixo localiza-se na margem norte da Pateira, de onde se pode visualizar o Rio Cértima a ganhar novamente a sua forma natural.
Os imponentes choupos marcam esta margem ribeirinha onde abundam os tons verdes-escuros e a serenidade. Aqui pode ser observada uma vasta quantidade de aves aquáticas por se encontrar na sua margem oposta um denso caniçal, o habitat ideal para estas espécies.

O seu miradouro cria as condições ideais à observação da avifauna. Este espaço encontra-se ainda dotado de equipamentos de apoio a atividades de recreio, como:

  • Parque de merendas com churrasqueira
  • Sanitários
  • Miradouro
  • Estacionamento

Aqui pode ainda ver-se o coreto que abriga os artistas em festividades como a Festa do Peixe da Pateira e outros eventos promovidos ao longo do ano.
Valorizado localmente pela sua importância a nível ambiental recebe várias visitas promovidas pelo Centro de Interpretação Ambiental (CMIA)
Nesta margem é ainda possível um contacto privilegiado com a embarcação típica, a bateira, por aqui se encontrarem acostadas.

Parque do emigrante

O parque do emigrante localiza-se na margem esquerda da Pateira, em Fermentelos.
Neste local com vista privilegiada sobre a lagoa, encontra-se um delicado espaço de lazer e recreio, onde a calma, a natureza e a história se fundem.
Entendido como um ponto de referência local, aqui pode visitar-se o emblemático monumento ao emigrante, construído em homenagem aos portugueses (em especial aos nascidos nesta freguesia) que se dispersaram pelos cinco continentes em busca de uma vida melhor.

Neste local situa-se ainda a Estalagem de Fermentelos, edificada na década de 1970, encontrando-se em funcionamento até à atualidade. Assim, nesta envolvente imediata da Pateira, além da sua magnifica paisagem, os seus vistantes podem contar com um espaço dotado com:

  • Alojamento
  • Café
  • Restaurante
  • Parque de merendas
  • Monumento
  • Miradouro
  • Estacionamento

Nesta praça, ao longo do ano, desenvolvem-se diversas atividadaes, desde encontros pontuais a festividades anuais e convívios.
É também neste ponto que se inicia o percurso pedestre PR7 – Trilho dos poços, a atividade ideal para quem pretende explorar um pouco mais sobre esta localidade, aliando a caminhada à sua descoberta.