A Pateira

A Pateira, o ex-líbris natural do concelho de Águeda, importante zona húmida de interesse nacional e internacional, encontra-se classificada como Zona RAMSAR, REDE NATURA 2000 e integrada na Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro e Sítio de Importância Comunitária da Ria de Aveiro.

É uma das maiores lagoas naturais da Península Ibérica, onde ocorrem habitats, ecossistemas e espécies com estatuto de proteção nacional e internacional. Local muito procurado para observação de aves, pesca desportiva, fotografia de natureza, desporto e atividades ao ar livre. Descubra aquela que é conhecida localmente como a “lagoa encantada”!

A Pateira de Fermentelos está localizada na Região Centro de Portugal, abrangendo parte da área dos concelhos de Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro.

Encontra-se inserida na região do Baixo Vouga, distando cerca de 20 km da linha de costa.

Em termos de rede hidrográfica, a Pateira de Fermentelos localiza-se no extremo norte da bacia hidrográfica do Rio Cértima, estando ainda dentro dos limites da bacia hidrográfica do Rio Vouga.

GPS: 40º34’30.56”N; 8º30’56.91”O

Como chegar

História

Historicamente, a Pateira deve ser considerada como um antigo braço marinho onde desaguavam, independentemente uns dos outros, os rios Cértima, Águeda e Vouga, antes da constituição da Ria de Aveiro. Aquele braço que os aluviões dos três rios fecharam, originou um só curso de água (o rio Vouga) passando a foz a situar-se muito mais a Noroeste, como actualmente.

Em finais do século XV, devido às sucessivas inundações dos rios Cértima e Águeda e alagamento dos campos ribeirinhos, foi originada a lagoa (Pateira).

Pinho et al. (1988) cit Gomes Andrade escreve, em relação à Pateira, que o vale do Certoma, naquele ponte era dantes terreno firme, coberto de espessos arvoredos, por entre os quais o rio mansamente deslizava.

Também Morais em Sousa Batista (1945) cita um excerto de uma carta do almoxarife de Aveiro a D. Manuel em que fala da Mata de Perrães (eventualmente compreendida entre Perrães e a frente da freguesia de Fermentelos) dizendo que esta sempre fora coutada para nela se colherem porcos (provavelmente javalis) e veados, referindo ainda que era apaúlada.

Aliás, segundo Pinho et al, 1988, parece admissível supor que se trataria de uma zona bastante rica do ponto de vista faunístico e florístico, muito embora as referências à flora e fauna sejam escassas.

A Pateira ter-se-ia começado a formar em finais do século XV, provavelmente ainda na Idade Média, devido às sucessivas inundações dos rios Certoma e Águeda, e alagamento dos campos ribeirinhos.

Atividades Tradicionais

O Território

Presentemente a Pateira de Fermentelos corresponde
ao assoreamento e espraiamento do rio Cértima,
perto do local onde desagua no rio Águeda.

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A maior lagoa natural da Península Ibérica ocupa actualmente uma área de superfície e profundidade variáveis, de acordo com a estação do ano, que, no seu expoente máximo, atinge mais de 5 Km2.
Estes, estendem-se, maioritariamente, pelo concelho de Águeda, abrangendo também o concelho de Aveiro e Oliveira do Bairro.
O termo “Pateira” encerra a especificidade da região do Vouga e afluentes designando, por si só, abundância de patos.

Guia de apresentação da Pateira de Fermentelos

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Margens

Em termos hidrográficos, a Pateira de Fermentelos está compreendida na bacia hidrográfica do rio Cértima a qual, por sua vez, se insere na bacia hidrográfica do rio Águeda e esta, na bacia do rio Vouga.

A lagoa é alimentada pelo Rio Cértima (a montante), pela Ribeira do Pano (a Poente), pontualmente por outras escorrências, e por água subterrânea (sistema aquífero Cretácico de Aveiro), sendo o rio Cértima o principal curso a condicionar a hidrologia da Pateira. No que diz respeito ao relevo, a zona envolvente da Pateira apresenta um relevo suave, a Oeste, registando-se uma zona com altitude superior a 50 metros em Fermentelos (concelho de Águeda).

Este, na zona de Espinhel (imagens laterais), ocorre uma elevação que atinge os 78 metros, revelando declives com relativo significado dadas as características da área envolvente. A Noroeste, sensivelmente entre a Oliveirinha e Requeixo (concelho de Aveiro) destaca-se uma faixa com altitude entre os 50 e os 70 metros, com declive suave em direcção à Pateira.

A Sudoeste, as áreas de cultivo, na margem esquerda do rio Cértima e de Perrães ladeiam a Pateira com relevos suaves de cotas mínimas.

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Estatutos de Proteção

A Pateira de Fermentelos apresenta características de um sistema semi-lêntico que integra a Zona de Protecção Especial e sítio de importância comunitária da Ria de Aveiro (PTZPE0004) e, como tal, incluída na Rede Natura 2000.

Protegida pela Directiva Aves, está ainda classificada como “Zona Sensível” de acordo com o Decreto-lei n.º 152/97, de 19 de Julho, Anexo II, tratando-se de uma importante e extensa zona húmida (cit. ICN, 2006).

Por definição as Zonas Húmidas (ZH) são áreas de sapal, paul, turfeiras ou águas, naturais ou artificiais, permanentes ou temporárias, estáticas ou correntes, doces , salobras ou salgadas, incluindo extensões de água do mar, cuja profundidade na maré baixa não exceda os 6 metros e zonas costeiras e ribeirinhas (Convenção Ramsar).

Estas ZH, onde se inclui a Pateira, desempenham importantes funções nos ecossistemas como a regularização hídrica e climática, a purificação da água, contrariam o efeito de estufa, protegem a costa, alimentam reservatórios naturais subterrâneos, suportando uma elevada biodiversidade, entre outras.

As zonas húmidas são, aliás, áreas de grande produtividade primária da Terra (a par com as florestas tropicais), suportando assim uma fauna e flora riquíssimas.

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O que fazer?

Neste lugar rico em biodiversidade, encontram-se reunidas condições naturais, equipamentos e infraestruturas que permitem a realização de diversas atividades de ar livre, numa sinergia com a autenticidade deste território.

Tanto no plano terrestre como aquático, é possível explorar a beleza desta Zona de Proteção Especial aliada a atividades que promovem o bem-estar físico, psicológico e estimulam o usufruto de tempo de qualidade individual ou em grupo.

Na Pateira, é possível praticar atividades desportivas, desde caminhadas, passeios de bicicleta ou canoagem. Neste espaço de natureza única, encontrasse também o local ideal para fazer um piquenique.

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Biodiversidade Faunística

No que diz respeito à diversidade faunística, a Pateira e zonas envolventes destacam-se, particularmente, pela importante componente ornitológica. Nestas áreas ocorrem espécies com estatutos de protecção a nível nacional e internacional — classificadas pela Directiva Aves (Directiva 79/409/CEE), Convenção de Bona, Convenção de Berna.

Surgem espécies de importância comunitária, como:

Guia de Observação de Aves

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Guarda-rios

Alcedo atthisAve com 17 a 19 cm de comprimento. De aspeto atarracado, cabeça grande e bico comprido. De patas curtas e vermelhas. Plumagem de cores vibrantes. Cabeça e asas de cor azul-esverdeado. Costas e cauda azul-claro brilhante. Face ventral e peitoral de cor laranja. Espécie residente, encontra-se dispersa por todo o país, frequentando cursos de água. Evita as zonas montanhosas e elevadas, muito acidentadas e humanizadas. Constrói o ninho numa barreira perto de água. Este é uma galeria estreita, com cerca de 1 m, escavada sobretudo pelo macho. Vê-se frequentemente poisado em ramos, sobre a água, de onde observa as suas presas antes de se lançar num rápido mergulho sobre estas. São sobretudo pequenos peixes, mas por vezes invertebrados aquáticos. Anexo I da Diretiva Aves, anexo II da Convenção de Berna. VU (Vulnerável – IUCN)
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Rela-comum

Hyla molleriPequeno anfíbio, entre os 3 e os 6 cm de comprimento. Pele lisa e brilhante, com coloração verde vivo e com uma banda lateral escura desde o orifício nasal à extremidade dos membros posteriores. Dedos em forma de ventosas, sendo boa trepadora. Encontra-se ativa todo o ano, mas sobretudo na primavera. De hábitos trepadores, pode encontrar-se no cimo de ervas altas, arbustos ou pequenas árvores, em locais com alguma humidade e perto de água, onde se reproduz. Da sua dieta fazem parte diversos tipos de invertebrados como insetos (formigas, percevejos) e aranhas. anexo II da Convenção de Berna e Anexo B-IV da Diretiva Habitats. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Libélula-escarlate

Crocothemis erythraeaEspécie muito comum, de origem africana, mas que se generalizou pelo Mediterrâneo e por outros países do sul da Europa. O macho tem os olhos vermelhos com a parte inferior azulada. Corpo vermelho vivo, robusto e de patas vermelhas. Asas com mancha basal e nervuras da costa vermelhas. O rosto é igualmente vermelho. As fêmeas e os machos imaturos são cor de areia ou dourados. Têm um tamanho corporal de 3,6 a 4,5 cm. Observam-se de abril a outubro, ocorrendo em todo o tipo de águas paradas ou lentas. Na fase adulta (terrestre), alimentam-se de pequenos insetos que capturam em voo. LC (Pouco preocupante - IUCN)
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Peneireiro-vulgar

Falco tinnunculusFalcão de tamanho médio, com 31 a 37 cm de comprimento e 68 a 78 cm de envergadura. Asas pontiagudas e cauda comprida, bico curto e forte. Macho e fêmea apresentam evidente dimorfismo sexual, sendo a última de dimensões maiores e menos colorida. Ambos possuem o dorso cor de ferrugem, bastante salpicado de preto, com a extremidade das asas escuras. A cauda da fêmea é listada, enquanto o macho apresenta uma cauda e nuca lisas, de cor cinzento-azulado, contrastando bastante com a tonalidade do dorso. O peito do macho é menos salpicado, parecendo mais liso que a fêmea. Espécie comum e residente, mais frequente em zonas agrícolas e nas imediações de aglomerados urbanos. Constrói o ninho em árvores ou em buracos de edifícios. A sua dieta compõe-se de roedores e insetos. Anexo II do CITES, anexo II da Convenção de Bona. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Garça-vermelha

Ardea purpureaAve de grande tamanho, com quase 1,5 m de envergadura e 70 a 90 cm de comprimento, de plumagem cinza-escuro com tonalidades rosadas e púrpura. Bico amarelo e comprido, que utiliza para “arpoar” as presas. Longas pernas amareladas e pescoço comprido. É um migrador que nos visita de março a agosto, sendo na região de Aveiro que se localiza grande parte das colónias reprodutoras em Portugal. Frequenta zonas com grande densidade de canaviais, criando em colónias, ao nível da água. Alimenta-se de peixes, rãs e insetos. Anexo I da Diretiva Aves, anexo II da Convenção de Berna e anexo II da Convenção de Bona. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Libélula-de-banda

Brachythemis impartitaEspécie sobretudo africana que, nas últimas décadas, ocupou partes da Península Ibérica e alguns pontos do Mediterrâneo. Tem um tamanho que varia dos 2,5 a 3,4 cm. O macho é escuro, facilmente reconhecido pelas largas bandas negras a meio das asas A fêmea é clara, castanho-claro, com linhas abdominais escuras e sem as bandas alares negras. Ocorre a baixas altitudes, em lagos e barragens, com margens desprovidas de vegetação, arenosas ou arrelvadas. Observa-se de maio a setembro. Voa ao nível do solo ou da água, junto das margens, poisando igualmente no chão ou nas plantas rasteiras. Tem o hábito de seguir o gado ou as pessoas para capturar os insetos perturbados. LC (Pouco preocupante - IUCN)
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Salamandra-de-pintas-amarelas

Salamandra salamandraDe aspeto inconfundível, grande e de coloração preta e amarela, atinge um comprimento de 15 a 17 cm. De distribuição generalizada, evita as zonas mais áridas. Apresenta atividade sobretudo noturna e principalmente na primavera e no outono, em noites tépidas e húmidas. A fase larvar é aquática, mas, na fase adulta, são maioritariamente terrestres. Segrega uma substância tóxica nas suas glândulas salivares, sendo o seu principal meio de defesa contra os predadores. Alimentam-se de invertebrados diversos, caracóis e lesmas, minhocas, larvas de escaravelhos, opiliões e aranhas. Anexo III da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Raposa

Vulpes vulpesÉ um dos carnívoros mais comuns em Portugal e no resto do mundo. Inconfundível com a sua pelagem castanho-arruivada, focinho pontiagudo, orelhas compridas e cauda igualmente longa e espessa, com a ponta branca. A garganta e o ventre são claros. Olhos com pupila vertical. Os machos, maiores que as fêmeas, chegam a ultrapassar os 8 kg. Ocorre numa grande variedade de habitats, criando as crias numa toca. Está ativa sobretudo à noite, mas também tem alguma atividade diurna. O seu método habitual de caça é por salto e emboscada, confiando no seu olfato e audição extremamente apurados. É um predador oportunista e omnívoro, demonstrando uma grande adaptabilidade às circunstâncias, podendo consumir frutas da época, roedores, aves, insetos, répteis, anfíbios, animais mortos, etc. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Texugo

Meles melesÉ um carnívoro algo corpulento, atingindo 1 m de comprimento e 16 kg de peso. As patas são curtas, bem como a cauda e as orelhas. O corpo tem uma coloração acinzentada. A cabeça é branca, mas com duas listas negras laterais que cobrem os olhos e se estendem para lá das orelhas. As garras são robustas e longas. É uma espécie relativamente comum, mas pouco observável devido aos seus hábitos noturnos. Habitualmente solitária, mas pode formar grupos familiares. Ocorre em diferentes tipos de bosques e áreas abertas, sejam de influência atlântica ou mediterrânica. Aparece ainda em zonas agrícolas. Usa as longas garras para escavar tocas onde habita ou para procurar alimento, recorrendo ainda ao apurado olfato e à audição, já que a sua visão é bastante deficiente. Alimenta-se de frutos silvestres, bolotas, cogumelos, rizomas, tubérculos, caracóis e lesmas, minhocas, répteis e anfíbios. Tem uma particular preferência por mel, desenterrando os favos de colmeias que descobre. Também pode consumir crias de roedores. Anexo III da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Lagartixa-do-mato

Psammodromus algirusDe tamanho médio, atinge os 25 a 30 cm de comprimento total. Corpo acastanhado, com uma coloração alaranjada junto às patas posteriores. Encontra-se habitualmente ativa da primavera até ao outono. A sua dieta é composta por diferentes tipos de invertebrados. Em caso de perigo recorre à fuga, aplicando as suas capacidades trepadoras e de libertação da cauda. Alimentam-se de insetos adultos e das suas larvas, assim como de aranhas. Com distribuição limitada ao Sudoeste da Europa e Norte de África, ocorre numa grande diversidade de habitats. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Coma

Polygonia c-albumBorboleta com uma envergadura de 4 a 5 cm. Recorte alar inconfundível. Possui um “c” branco na face inferior da asa posterior. De tonalidades alaranjadas na face superior, com pequenas manchas pretas. Uniformemente acastanhada na face inferior. A lagarta alimenta-se de urtigas, abrunheiros, ulmeiros, choupos, aveleiras, etc. Os adultos observam-se de junho a setembro. Hibernam, reaparecendo em março/abril. Ocorre em clareiras de bosques, frequentemente em locais húmidos. LC (Pouco preocupante - IUCN)
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Rã-verde

Pelophylax pereziRã de grande tamanho, pode atingir os 10 cm de comprimento. A sua coloração é variável, verde e castanha, com uma lista dorsal verde-clara. Pele lisa ou rugosa. Olhos grandes e proeminentes, com pupila horizontal. De distribuição circunscrita à Península Ibérica e sul de França. Observa-se durante quase todo o ano, excetuando os meses mais frios, ocorrendo em todo o tipo de águas-doces, desde albufeiras, lagoas, cursos de água, pequenas charcas temporárias e tanques ou poços. Na sua dieta inclui artrópodes (insetos, aracnídeos, crustáceos de água doce) e moluscos, entre outros. Anexo III da Convenção de Berna e anexo V da Diretiva Habitats. LC (Pouco preocupante - IUCN)
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Cobra-de-água-viperina

Natrix mauraCobra de tamanho médio, medindo de 60 a 130 cm de comprimento. De coloração variável, castanho, cinza, verde ou amarelada. Dorso escuro com machas que por vezes se alinham em zig-zag. Os flancos podem apresentar manchas redondas, amarelas ou verdes. Ventre amarelo ou laranja. Pupila redonda. De atividade diurna, desde a primavera ao início do outono, hibernando na época fria. Boa nadadora, ocorre junto da água, onde captura parte das suas presas, invertebrados, anfíbios, peixes e micromamíferos. Anexo III da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Álveola-branca

Motacilla albaEsta é uma pequena ave que mede habitualmente 19 cm de comprimento. De fácil identificação, com um típico padrão escuro na cabeça, garganta e dorso, que contrasta com o branco no peito e abdómen, assim como nas faces. A cauda e as patas são compridas e evidentes. Passa bastante tempo no solo, baloiçando a cauda, um comportamento bastante típico da espécie. Residente, observa-se ao longo do ano, sobretudo em espaços abertos, terrenos cultivados, zonas urbanas, jardins, estradas, etc. Constrói o ninho em muros de pedra, debaixo de telhas, no meio de trepadeiras, debaixo de pedras, etc. Alimenta-se de insetos. Anexo II da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Lontra

Lutra lutraEste emblemático mamífero carnívoro de hábitos aquáticos está presente em grande parte dos recursos aquáticos do país e pode-se observar durante o dia, apesar da sua atividade ser predominantemente noturna. Com um tamanho que pode ultrapassar 1 m de comprimento (com a cauda) e pesar entre 5 e 14 kg. O seu corpo está perfeitamente adaptado à natação, com uma pelagem densa, impermeável e acastanhada, patas com membranas interdigitais, nariz e visão adaptada à submersão e cauda propulsora. A garganta e parte do peito têm uma pelagem de coloração mais clara. O focinho está equipado com “bigodes” (vibrissas), que a auxiliam na captura das presas em águas turvas ou escuras. Alimenta-se sobretudo de peixes, mas também pode capturar lagostins, anfíbios e cobras-de-água, roedores e insetos. Constrói uma toca na margem dos cursos de água, que utiliza para descansar durante o dia e para dar à luz, de uma a cinco crias. Anexo I A do CITES, anexo II da Convenção de Berna, anexos B-II e B-IV da Diretiva Habitats, anexo I da Convenção de Bona. NT (Quase ameaçada – IUCN)
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Lagarto-de-água

Lacerta schreiberiLagarto de tamanho médio, com um comprimento entre os 25 e 40 cm. De corpo esverdeado, mas com evidente dimorfismo sexual. O macho diferencia-se por apresentar a cabeça azulada durante a época reprodutiva, enquanto a da fêmea é de cor cinzenta. Endemismo do NW da Península Ibérica e do Sistema Central. Habita zonas mais frescas e húmidas, em habitats associados a cursos de água e coberto vegetal denso. Alimenta-se de pequenos invertebrados, como moscas, gafanhotos, escaravelhos e aranhas. Tal como o nome sugere, este lagarto não hesita em atirar-se à água e nadar em caso de perigo. Anexos B-II e B-IV da Diretiva Habitats e no Anexo II da convenção de Berna. NT (Quase ameaçado – IUCN)
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Borboleta-zebra

Iphiclides feisthameliiÉ uma borboleta grande, com uma envergadura de 5,5 a 8 cm. Cor de fundo branco-acinzentado, marcas pretas lineares dispostas ao longo das asas. Os bordos interiores das asas posteriores mostram ainda uma pequena mancha bicolor (azul/negro) decorada ainda com uma tonalidade alaranjada. Exclusiva do sudoeste da Europa, ocorre em áreas arbustivas, clareiras de bosques, prados, encostas rochosas, pomares de pereiras, pessegueiros, abrunheiros, espécies das quais as suas lagartas se alimentam. Os adultos voam de fevereiro a dezembro. LC (Pouco preocupante - IUCN)
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Pernilongo

Himantopus himantopusAve elegante, de plumagem branca com asas pretas (preto no macho e com tonalidades castanhas na fêmea), nuca preta, bico preto comprido e pontiagudo. As patas cor-de-rosa ou avermelhadas, muito compridas, são uma característica identificadora. Tem um comprimento total de 33 a 36 cm (da ponta do bico à ponta da cauda). É uma espécie residente. Alimenta-se de insetos e outros invertebrados aquáticos, que captura à superfície ou debaixo de água, nos estuários e lagoas. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Geneta

Genetta genettaEste é um carnívoro de médio porte, com corpo alongado e esbelto (46 a 52 cm), cabeça pequena com focinho pontiagudo, grandes orelhas e cauda comprida (40 a 52 cm) e grossa. A pelagem é acinzentada, com manchas escuras distribuídas pelo corpo. A cauda está decorada com anéis escuros e claros alternados. As patas anteriores são muito mais curtas que as posteriores, sendo uma clara adaptação ao salto, a sua principal técnica de caça. Exclusivamente noturna e de hábitos arborícolas e solitária, ocupa preferencialmente bosques onde haja também muita vegetação arbustiva. A sua dieta é generalista, capturando sobretudo pequenos roedores, por vezes aves, répteis e anfíbios, peixes e lagostins. Também não despreza alguns invertebrados e pode mesmo adotar uma dieta vegetal em caso de escassez das presas habituais. Faz um ninho em troncos de árvores, fendas de rochas ou em tocas. Anexo III da Convenção de Berna, anexo B-V da Diretiva Habitats. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Gaio

Garrulus glandariusAve de tamanho médio, mede 35 cm de comprimento e as asas atingem uma envergadura de 54 a 58 cm. A sua plumagem é colorida, de tons salmonados, garganta branca, “bigode” preto, cauda preta e algo comprida, asas escuras com ombros azulados. De bico escuro e forte. É uma ave desconfiada e atenta, soltando um grito rouco quando deteta um intruso ou um predador. As suas faculdades vocais dão-lhe a capacidade de reproduzir sons de outras aves. Cria em árvores, de diferentes tipos de bosques, inclusive em grandes parques urbanos. É uma espécie residente e a sua alimentação é omnívora, compondo-se de frutos, como bolotas, que armazena (esconde) numa vasta área durante o outono, para consumir durante o inverno. Contudo, apesar de possuir uma boa memória, parte dessas bolotas não são encontradas, dando, muitas delas, origem a novas árvores. Anexo II da Diretiva Aves. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Esquilo-vermelho

Sciurus vulgarisRoedor arborícola inconfundível, com uma pelagem castanho-avermelhada ou castanho-escura, sobressaindo o abdómen e peito brancos. Evidencia ainda uma cauda comprida e farfalhuda (com cerca de 20 cm), orelhas compridas e peludas. Com um comprimento corporal que pode chegar aos 25 cm, pode pesar entre 200 e 400 gramas. Ocorre em bosques de pinheiros ou carvalhos, que proporcionam os frutos secos de que se alimenta. Tal como o Gaio, armazena ou esconde parte destes frutos e sementes no solo, provocando a germinação de alguns deles, contribuindo para a regeneração da floresta. Mas também consome cogumelos, frutos frescos, insetos, caracóis, ovos ou crias de aves que pilha dos ninhos. Constrói um ninho nas árvores, parecido com os das aves. De hábitos diurnos, passam a maior parte do dia em atividade. No nosso território não hibernam. Anexo III da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Ouriço-cacheiro

Erinaceus europaeusÉ um insetívoro que pode pesar 1kg e alcançar um comprimento de 20 a 30cm. O focinho é pontiagudo e termina num nariz escuro. A cauda é muito curta. O corpo está coberto por longos e aguçados espinhos, que podem atingir 3cm de comprimento e que usa como defesa, enrolando-se numa bola e eriçando estas agulhas. Ocorre numa grande diversidade de habitats, preferencialmente nas imediações de áreas humanizadas próximas de bosques, zonas de pastagens e de silvados. Tem uma dieta generalista, que se compõe essencialmente de invertebrados. Mas também captura pequenas rãs e lagartos, crias de roedores. De igual forma, não despreza os frutos silvestres, sementes e cogumelos. É um animal solitário. Constrói um ninho de ervas e folhas ao nível do solo, mas também aproveita tocas abandonadas. Anexo III da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Garça-branca-pequena

Egretta garzettaÉ uma garça de tamanho médio, com 55 a 65 cm de comprimento e uma envergadura de asas de 88 a 106 cm. O pescoço é comprido, encolhido quando voa. A plumagem é totalmente branca e por vezes notam-se algumas plumas compridas na parte posterior da cabeça. O bico e as patas são pretos, mas os dedos são amarelos. Residente, pode ser observada durante todo o ano. Cria em colónias, construindo os ninhos em árvores, nas proximidades de zonas húmidas e rios. Quando se alimenta é geralmente uma ave solitária, embora, ocasionalmente, forme bandos esparsos. Consome peixes, rãs, insetos, etc. Anexo I da Diretiva Aves e anexo II da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Águia-sapeira

Circus aeruginosusDe asas e patas compridas, cabeça curta. A fêmea é notoriamente diferente do macho. Ambos exibem ombros e nuca mais pálidos que o restante corpo. O macho, no entanto, apresenta as asas acinzentadas com a ponta escura, assim como a cauda também é cinzenta, enquanto a fêmea apresenta um padrão mais uniformemente castanho-escuro. Tem um tamanho de 43 a 55 cm de comprimento e uma envergadura de asas de 115 a 140 cm. O voo é característico, ondulado e a baixa altitude, sobre as zonas alagadas e de vegetação rasteira densa. Trata-se de uma espécie residente que cria em zonas húmidas, de águas-doces pouco profundas, construindo o ninho em canaviais desenvolvidos. Captura pequenos mamíferos, aves e insetos. Anexo I da Diretiva Aves, anexo II da Convenção de Berna, anexo II do CITES, anexo II da Convenção de Bona. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Garça-real

Ardea cinereaÉ a maior das garças que ocorrem em Portugal, atingindo 1 m de comprimento e uma envergadura de asas de 155 a 175 cm. A plumagem é cinzenta. Destaca-se pelo seu longo pescoço, bico amarelo, patas amareladas. Muito semelhante à Garça-vermelha, mas diferencia-se desta pela ausência de tons castanhos ou arruivados. Em voo o pescoço encontra-se recolhido e o batimento de asas é pesado e arqueado. Trata-se de uma espécie comum, ocorrendo em Portugal ao longo de todo o ano e surgindo associada a todo o tipo de meios aquáticos. Nidifica em colónias, construindo o ninho em árvores altas ou mais pequenas e em canaviais, dependendo da segurança do local. Alimenta-se de peixes, anfíbios, insetos, entre outros. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Mocho-galego

Athene noctuaPequeno mocho, característico pela silhueta arredondada. As suas dimensões vão dos 23 aos 27 cm de comprimento. A cabeça é larga e arredondada. Apresenta uma plumagem acastanhada por cima e com pequenas manchas brancas. Por baixo é esbranquiçado, mas com pintas castanhas. De olhos amarelos. As suas vocalizações, fazem lembrar um latido. É uma ave relativamente comum e residente ao longo de todo o ano. Encontra-se em terrenos agrícolas com algumas árvores dispersas e em olivais. Constrói o ninho em buracos de árvores ou de edifícios, muitas vezes em ruínas, ou em amontoados de pedras. Alimenta-se de insectos, aves, pequenos anfíbios e cobras. Anexo II do CITES, anexo II da Convenção de Berna. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Sapo-comum

Bufo spinosusO sapo de maior tamanho que ocorre em Portugal, podendo atingir os 22 cm de comprimento. É bastante comum. De coloração variável, mas de dominante castanha. Glândulas salivares bem desenvolvidas. Olhos grandes com pupila horizontal e íris alaranjada. De aspeto robusto, pele verrucosa com espículas. A fêmea é muito maior que o macho. De hábitos sobretudo noturnos e ativo do outono à primavera, ocorre em áreas agrícolas, hortas, florestas, jardins e prados. Regressa aos lagos, charcos e remansos das linhas de água para se reproduzir. A sua dieta é variada, composta por insetos adultos (escaravelhos, formigas, gafanhotos, borboletas), larvas e aranhas, complementada com caracóis e lesmas. Anexo II da Convenção de Berna. VU (Vulnerável - IUCN)
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Cegonha-branca

Ciconia ciconiaÉ uma das mais emblemáticas aves da nossa fauna, reconhecida pela sua plumagem branca e preta, o característico bico vermelho, de pescoço e patas compridas. De grandes dimensões, com 95 a 110 cm de comprimento e 180 a 218 cm de envergadura de asas. Apesar da maioria das aves ser migradora, existe atualmente um considerável efetivo que se mantém todo o ano em território nacional. Cria em colónias, construindo o ninho nas árvores e em estruturas humanas. Alimenta-se em terrenos agrícolas, pastagens e prados, margens de lagoas e cursos de água, capturando rãs, insetos, cobras, pequenas aves, etc. Anexo I da Diretiva Aves, anexo II da Convenção de Berna e anexo II da Convenção de Bona. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Biodiversidade Florística

Na zona húmida, que engloba as águas livres e a vegetação alagada das margens e linhas, dominam habitats com povoamentos de Caniço (Phragmites communis), juntamente com a Tabúa (Typha sp.) e o Bunho (Scirpus lacustris). Ocorrem ainda comunidades (ou mosaicos de comunidades) de plantas vasculares com macrófitas flutuantes, enraizadas ou suspensas entre o fundo e a superfície: a Erva-pinheirinha (Myriophyllum sp.), os Nenúfares (Nymphaea sp., Nuphar luteo ) ou mesmo o Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes).

Em algumas zonas marginais ao longo da Pateira, verifica-se a ocorrência de diversas espécies arbóreas e arbustivas como:

Amieiro

Alnus glutinosaCaducifólia que pode crescer até aos 20-25 m de altura. O tronco é escuro e fissurado nas árvores maiores. As folhas são arredondadas, com cerca de 8 cm de comprimento e nervuras laterais. Com flores masculinas e femininas diferenciadas, em evidência de novembro a fevereiro. Os frutos lembram pequenas pinhas, com 1 a 2 cm de comprimento. Margina frequentemente cursos de água, ocorrendo também em zonas húmidas. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Lentilha-de-água

Callitriche stagnalisPlanta aquática que pode ultrapassar os 30 cm, submersa, com conjuntos de 6 a 10 folhas flutuantes, arredondadas, juntas e dispostas de forma radial na parte terminal da planta. As folhas submersas assumem a forma de espátula, de contorno elíptico a redondo, opacas. Por vezes terrestre. As flores solitárias florescem de janeiro a outubro. Cresce em águas paradas, transparentes, ligeiramente eutrofizadas e pouco profundas, de ribeiros e lagoas, e também em terrenos encharcados marginais aos planos de água. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Pilriteiro

Crataegus monogynaArbusto de folha caduca, crescendo até aos 10 m de altura. Muito ramificado e espinhoso. Folhas pequenas (até 5 cm), profundamente lobadas e alternadas. Flores de pequeno tamanho, em grupo de 4 a 11, de cor branca a rosada, florindo de fevereiro a julho. O fruto, vermelho, é uma pequena baga cilíndrica que amadurece de setembro a novembro. De distribuição generalizada, em orlas de bosques, sebes, junto a cursos de água. É usada como porta-enxerto de pereiras. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Trovisco

Daphne gnidiumArbusto até 2 m, com ramos delgados de cor castanho-avermelhada. Folhas inteiras e coriáceas, simples, estreitas e lanceoladas, com 5 cm e verde-claras. Floresce de maio a outubro, sendo as suas flores hermafroditas e aromáticas, esbranquiçadas e dispostas em cacho na extremidade dos ramos. Frutifica uma drupa carnuda, alaranjada, de agosto a dezembro. Prefere zonas secas e soalheiras, matos secos. Planta muito tóxica.
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Amieiro-negro

Frangula alnusArbusto de folha caduca que, habitualmente, cresce até aos 5 m. Tronco com casca castanho-acinzentada e ramos de cor castanho-avermelhada. As folhas são pequenas, de margem inteira ou ondulada, desprovidas de pelos, ovais, com 5 a 14 cm de comprimento. A floração (pequenas flores verde-amareladas) ocorre de abril a agosto, e o fruto, uma baga inicialmente vermelha, adquire a cor negra quando está maduro. Cresce em solos frescos e húmidos, à sombra de carvalhos e na margem de cursos de água. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Freixo-comum

Fraxinus angustifoliaPode atingir uma altura de 25 m. De folhas caducas, opostas e compostas, com folíolos estreitos, longos, lanceolados e com a margem serrada, de 9 a 28 cm de comprimento. A floração ocorre de janeiro a maio. Os frutos são alados. Amplamente distribuída, cresce preferencialmente em solos profundos, formando bosques ribeirinhos e sebes vivas que marginam lameiros. A sua madeira é muito apreciada para cabos de ferramentas e as folhas são integradas na alimentação do gado. Também tem sido utilizada como planta ornamental. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Lírio-amarelo-dos-pântanos

Iris pseudacorusLírio de grande tamanho, alcançando 130 cm de altura. Ramificado desde a base, de onde também se formam as folhas, planas e compridas (até 100 cm), em forma de espada. As flores, de 2 a 12, são de cor amarelo-vivo, florindo de março a julho. Ocorre nas margens dos cursos de água, lagoas e em zonas encharcadas de água doce. Tem sido aproveitada como planta ornamental. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Mentastro

Mentha suaveolensHerbácea que cresce até 1 m de altura. Com caules eretos, cobertos de pelos rígidos esbranquiçados. As folhas são opostas, com pé curto ou inexistente, de forma oval ou arredondadas, de margem serrada ou recortada. Apresentam uma textura muito rugosa e são, geralmente, cinzentas ou brancas e cobertas de densa pilosidade na face inferior. As flores, esbranquiçadas ou rosadas, formam espigas terminais densas, florindo de junho a outubro. Ocorre geralmente em terrenos húmidos, hortas e margens de cursos de água. Pode ser utilizada como condimento e para afastar as pulgas. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Campainhas-do-monte

Narcissus bulbocodiumPlanta herbácea com bolbo e um tamanho variável de 8 a 35 cm. Um único caule, cilíndrico e macio. Com 2 a 3 folhas lineares, com 7 a 31 cm de comprimento, de margem lisa e secção semicircular, por vezes com várias estrias longitudinais. A floração é de janeiro a maio e a sua solitária flor, de tamanho muito variável, é amarela com bandas laterais a verde-claro. O fruto é oval. Ocorre em prados húmidos ou frescos, dunas, margens de cursos de água e clareiras. Anexo V da Diretiva Habitats. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Nenúfar-branco

Nymphaea albaPlanta aquática, de folhas terminais flutuantes, com 10 a 30 cm, de formato circular ou elíptico. As flores, de 5 a 12 cm de diâmetro, são igualmente flutuantes, de pétalas brancas, florindo de março a outubro, com uma ligeira fragância. Encontra-se em lagoas e cursos de água doce, estagnada ou de corrente lenta. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Feto-real

Osmunda regalisFeto de frondes caducas, com 50 a 250 cm formando um tufo denso. As folhas externas são estéreis e as internas são apicalmente férteis. A parte terminal das folhas férteis é inicialmente verde, mas torna-se acastanhada. A produção de esporos dá-se de abril a agosto. É frequente em pântanos, margens de cursos de água e galerias ripícolas de amieiros. O seu rizoma tem sido utilizado pelas suas propriedades medicinais, como adstringente e diurético, contra o raquitismo e no tratamento de chagas, feridas e hérnias. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Pinheiro-bravo

Pinus pinasterÁrvore resinosa, perene, de copa piramidal, podendo alcançar 40 m de altura, mas raramente ultrapassando os 25 m. Tronco de casca escura, espessa e muito fendida. As folhas, na forma de agulhas, são rígidas, de cor verde, apresentando-se aos pares e medindo até 25 cm. A floração dá-se de março a junho. O fruto – a pinha – é castanho-avermelhado, crescendo até cerca de 20 cm e produz pequenas sementes ovoides, com uma asa mais comprida. Prefere solos soltos e arenosos. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Choupo-negro

Populus nigraÁrvore de grande tamanho, cresce até aos 30 m de altura e forma uma copa estreita. Tronco direito, cinzento ou negro, apresenta fissuras longitudinais nas árvores mais velhas. As folhas, caducas, são simples, romboidais, com um pé longo e ligeiramente serradas, com 5 a 10 cm de comprimento. Floresce de fevereiro a abril, com as flores masculinas e femininas a serem produzidas em árvores distintas. Cresce na margem das linhas de água. DD (Informação insuficiente – IUCN)
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Carvalho-alvarinho

Quercus roburÁrvore de grande porte, que pode atingir os 40 m de altura. O tronco é cinzento-acastanhado, tornando-se mais escuro com a idade. As folhas, caducas, têm 5 a 19 cm de comprimento, sem pelos, verdes e brilhantes na face superior, sendo mais claras na inferior, ovais e com pequenos lobos arredondados, com pé muito curto. A floração ocorre de março a maio, sendo a estrutura floral pendente. O fruto – a bolota – surge em grupos de 1 a 5. É o carvalho mais característico da faixa ocidental Norte e Centro de Portugal. Cresce em solos profundos e frescos, locais húmidos, em climas temperados. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Roseira-brava

Rosa sempervirensArbusto alto ou liana, até 6 m, com caules desprovidos de pelos, verdes ou avermelhados. Folhas compostas, com folíolos de margens dentadas, ovados a ovado-lanceolados, coriáceos e brilhantes na face inferior, com 3 a 8 cm de comprimento. As flores são brancas e solitárias, florindo de abril a agosto. O fruto, com 0,5 a 1,6 cm de diâmetro, é esférico, sem pelos e vermelho. Cresce em bosques e zonas ribeirinhas, bem como em matagais nas orlas de caminhos.
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Gilbardeira

Ruscus aculeatusPlanta que pode atingir 1 m de altura. De caules rígidos, as folhas são minúsculas escamas lanceoladas, de cuja axila cresce um ramo espalmado (cladódio) em forma de folha ovada e pontiagudo, terminando num espinho. No centro destes cladódios crescem 2 a 3 pequenas flores esbranquiçadas, com alguma tonalidade violeta, de dezembro a junho. O fruto maduro é um globo vermelho com cerca de 1-1,5 cm. Cresce à sombra de carvalhais e em matagais pouco densos, no fundo de vales e em locais sombrios. Anexo B-V da Diretiva Habitats. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Borrazeira-preta

Salix atrocinereaArbusto ou pequena árvore, crescendo até 15 m. O tronco, pardo ou acinzentado, apresenta gretas longitudinais nos exemplares mais velhos. As folhas, caducas, são alternadas, compridas (até 10 cm), lanceoladas ou oblongo-lanceoladas, de margem inteira ou ligeiramente dentada. Apresentam pelos ruivos nas duas faces ou só na inferior. As flores surgem de janeiro a abril e formam espigas de 2 a 7 cm, de cor verde-amarelada. Cresce em solos húmidos, nas margens de cursos de água, lagoas e charcos. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Sabugueiro

Sambucus nigraArbusto volumoso que atinge os 5 m. Muito ramificado e denso. Folhas compostas por folíolos serrados (com 4,5 a 9 cm de comprimento). As minúsculas flores brancas agrupam-se em cachos planos e circulares, que surgem em abril-julho. Frutifica de agosto a outubro, sendo as suas pequenas drupas negras utilizadas na confeção de doces e geleias. Ocorre em galerias ribeirinhas e em locais húmidos e sombrios. Compõe sebes. É também cultivada. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Ruibarbo-dos-pobres

Thalictrum speciosissimumPlanta de caules compridos e eretos, glabros, atingindo um comprimento de 100 a 160 cm. É uma espécie muito variável no tamanho das suas estruturas. As folhas basais são ovais-triangulares, com pé comprido. As folhas superiores não têm pé, apresentando segmentos arredondados com 3 lobos. Flores densamente agrupadas, de forma cilíndrica, de cor amarelada, florindo de maio a julho. Cresce em juncais, terrenos húmidos e nas margens de cursos de água permanente.
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Tabúa-larga

Typha latifoliaPlanta aquática ou semiaquática, crescendo até aos 3 m. Os caules são eretos, de forma cilíndrica e simples. As folhas são sobretudo basais, lineares e planas, apresentando comprimento variável (até 120 cm por 2,5 cm da largura), por vezes ultrapassando a inflorescência. Esta assume a forma de espiga, estando as flores masculinas (ligeiramente cónicas) em contacto com as femininas (de coloração castanho-escura e mais largas na parte superior), encontrando-se em floração de abril a novembro. No outono, os pequenos frutos encontram-se unidos a filamentos que facilitam a dispersão da semente. Cresce em solos húmidos, inundados, em valas e cursos de água, lagoas e charcos, de água doce parada ou lenta. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Ulmeiro

Ulmus minorÁrvore de folha caduca que pode crescer até aos 30 m de altura. Tronco cinzento-acastanhado, que se vai tornando mais escuro e gretado com a idade. Folhas variáveis, até 10 cm de comprimento, assimétricas na base, de margens serradas, com muitas nervuras. A floração ocorre entre fevereiro e abril. O fruto é uma sâmara com cerca de 2 cm e com asas para facilitar a dispersão. Cresce nas margens de cursos de água, em sebes, solos húmidos, marginando prados naturais e hortas. As suas populações têm sido muito afetadas pela doença da grafiose. DD (Informação insuficiente – IUCN)
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Verónica-aquática

Veronica anagallis-aquaticaHerbácea perene, com caules eretos, atingindo 1 m de comprimento, por vezes mais. Folhas opostas, com 1,5 a 17 cm de comprimento e pé curto, inteiras, lanceoladas e de margem serrada. A floração decorre de abril a setembro e as flores, de 20 a 100, dispõem-se em grupos opostos. Estas, com quase 1 cm de diâmetro e com 4 pétalas, são de cor azul-violeta pálido ou lilás e com veias azuis-escuras. Encontra-se no leito e em margens de pequenos cursos de água, charcos, fontes e outros locais encharcados. LC (Pouco preocupante – IUCN)
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Violeta-brava

Viola rivinianaPequena planta herbácea com uma roseta de folhas basais, em forma de coração, de cujas axilas partem os talos florais (com um comprimento de 25 a 30 cm). De fevereiro a junho, florescem as solitárias flores violetas, inodoras. Cresce em bosques abertos, húmidos ou ripícolas, em prados húmidos e lameiros, nas margens de linhas de água.
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